No Informe Se liga na Rocinha! nº 9, atores-chave da comunidade refletem sobre inclusão, participação e segurança


4 de julho de 2023.


O Informe Se liga na Rocinha! nº 9 encerra a série de devolutivas da pesquisa que a equipe do CIESPI/PUC-Rio vem desenvolvendo junto à comunidade, no âmbito do projeto Primeira Infância Participativa e Inclusiva. Desde 2020, entrevistamos pais, mães e outros responsáveis, profissionais de creches e pré-escolas e crianças a fim de compreender os desafios e oportunidades para a melhoria do contexto educacional local. Nessa publicação, Leandro Castro, Renata Brasil e Eliane Gomes apresentam as perspectivas de 16 atores-chave que atuam em instituições ou iniciativas públicas e privadas responsáveis pelo atendimento às crianças de 0-5 anos moradoras da Rocinha.


Os principais desafios que eles identificaram para a melhoria do atendimento e da qualidade de vida das crianças se referem às lacunas existentes nas políticas e serviços públicos disponíveis para a comunidade. A falta de vagas na educação infantil e as dificuldades para permanecer estudando foram apontados como problemas importantes. A saúde oferece atenção básica no território, mas o atendimento especializado, inclusive em saúde mental, exige deslocamentos e esforços. Na assistência social, as crianças não são prioridade. Os atendimentos às famílias têm sido pautados por benefícios e programas de transferência de renda diante do empobrecimento da população agravado pela pandemia. A política de segurança pública, de caráter bélico, expõe as crianças a armas de fogo e ao risco de conflitos armados. Saneamento básico, coleta de lixo, reformas de praças e outros espaços de lazer e melhorias no transporte público e na rede de energia elétrica são reivindicações históricas da Rocinha. 


De modo geral, os entrevistados afirmam que os direitos dos moradores da comunidade, incluindo das crianças na Primeira Infância, não serão assegurados sem que haja investimentos robustos do Estado, e demandam a ampliação e o aprimoramento das políticas e serviços públicos voltados para essa população. Acreditamos que, aliados às mobilizações e coletivos populares, assim como à comunicação e às mídias sociais, esses atores-chave podem contribuir para que as pautas locais sejam amplificadas e cheguem aos ouvidos dos responsáveis por elaborar e monitorar políticas capazes de melhorar as condições de vida dos moradores. É fundamental fortalecer uma rede local que dialogue sobre as questões levantadas e pense o desenho de soluções alinhadas às necessidades e desejos da comunidade da Rocinha. Seguiremos acompanhando e apoiando esse movimento!


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Acesse aqui o Informe 9.