Perspectivas de profissionais de creches e pré-escolas sobre a educação infantil na comunidade da Rocinha


Dando continuidade à divulgação das pesquisas e ações realizadas no âmbito do projeto Primeira Infância Participativa e Inclusiva, a equipe do CIESPI/PUC-Rio acaba de lançar o Informe Se Liga na Rocinha nº 8.


Nesta publicação, Renata Brasil, Eliane Gomes e Leandro Castro apresentam as perspectivas de 20 professoras e/ou diretoras de creches e pré-escolas que atuam em diferentes partes da Rocinha. Nas entrevistas realizadas, pedimos que elas refletissem sobre a relação dos temas inclusão, participação e segurança com a educação das crianças na Primeira Infância.


Destacamos que a maioria das entrevistadas disse que as crianças aprendem brincando, na interação com seus pares e observando seu entorno. Por isso, a educação não pode se limitar às instituições formais de ensino. Ela deve ser compartilhada pela família e pela comunidade. Oferecer espaços seguros para que os pequenos possam se divertir e socializar é fundamental para o seu desenvolvimento. 


Nas creches e pré-escolas, ficou evidente o empenho das equipes para apoiar a aprendizagem e cuidar das crianças. Também foi possível perceber que faltam investimentos públicos na infraestrutura desses espaços, na formação dos profissionais e na segurança da comunidade, incluindo aqui acesso a direitos básicos como saúde, assistência social e transporte público de qualidade.


Ao considerar as oportunidades de educação das crianças nas diferentes partes da cidade (e do país), é importante refletir sobre o que uma das educadoras entrevistadas nos disse: 


“Olha, as crianças da Rocinha aprendem muito na raça, na força, na vontade de querer. Porque elas não têm muitas oportunidades (...). As escolas tentam dar o que elas podem de melhor, as creches, todas elas tentam, mas infelizmente muita coisa não depende só do meu, do seu querer. Tem outras pessoas por trás que deveriam estar fazendo o melhor e não fazem. Então as crianças lutam, elas matam um leão por dia para poder chegar no próximo dia. Eu gostaria que isso fosse menos, que as crianças brincassem mais, que as crianças vivessem mais como criança, entendeu? Porque hoje em dia a gente não vê muito isso.” (Entrevistada 11).


É para compreender esses desafios e pensar junto com a comunidade alternativas para a melhoria do contexto educacional das crianças que seguimos com as pesquisas e ações do projeto Primeira Infância Participativa e Inclusiva. 


Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.


Acesse e faça o download do Informe 8.